E AGORA QUE O EMPREGO MUDOU DE CARA e DE PERFIL?
E AGORA?
Milhares de recém-formados nos níveis superiores e técnicos estão, anualmente, engrossando a cifra dos desempregados formalmente. Parece que, nos dias atuais, somente escapam da ausência de oportunidades de emprego aqueles se destacaram como entre os melhores alunos e que cursaram escolas de primeiríssimo nível.
Infelizmente o círculo vicioso se fortalece, pois quem estudou nas melhores escolas públicas, na maioria, são aqueles que poderiam ter pago seus estudos, pois são abonados e garantidos por famílias com posses…Infelizmente, estes tomaram o lugar de outros menos preparados e a concorrência acaba preferindo os com melhor preparo, com comunicação fluente, pelo menos em inglês; habilidade de comunicação; excelentes referências, o famoso QI ( quem indica)…
Hoje, debatia este tema com um diretor de uma multinacional e ele me dizia que os processos de seleção sempre efetivados por sua empresa constatam que os Candidatos chegam desmotivados; visão supervisão; redações “tipo zapzap”; argumentações frágeis; ausência de garra e de visão…Há muitas vagas que acabam sendo preenchidas de forma precária, sobretudo com candidatos a cargos de Analistas de Processos; Analistas Administrativos, Assistentes, caminhos de entrada para quem se formou Engenheiros…
A comunicação nas entrevistas carece de objetividade, de informações não apenas com os mais jovens, mas com outros mais velhos que chegam acreditando que depois de um MBA feito em Faculdades precárias, tudo será facilitado! Se sentem preparados para assumir cargos de Supervisão, de Gerência, mas na hora do “vamos ver, mal se comunicam, sabem dos assuntos pela metade, ou chegam ao absurdo de comentar ter lido apenas 03 capítulos do famoso “ O Monge e o Executivo “, pois o professor do MBA dividiu o livro para dois grupos de estudo, cabendo a cada um ler, de forma alternada, os capítulos do livro! Recentemente, Clemis Miki, ex-Presidente da AGA/LINDE, hoje atuando como Mentor de Diretores e Presidentes; Consultor de Startups e Consultor Associado da ÂNIMA, nos disse sobre sua preocupação com a situação atual, sugerindo-nos, identificar formas de estimular os jovens, hoje motivados pela onda de empreendedorismo, mas que sem base acabam frustrados pelas dificuldades de criar soluções, por mais tempo no “nem…,nem...”, nem trabalham, nem estudam para se superar e criar maior empregabilidade! Diante disto, Clemis nos convidou a identificar formas de estimular jovens que ainda poderiam descobrir uma carreira profissional que lhes desse entusiasmo. Em paralelo, sugeriu que cabeças pensantes e conscientes unam forças para preparar milhares, milhões de jovens para um mundo novo com oportunidades para quem lança mão da informática para criar soluções e não apenas para joguinhos leves e inconsequentes. Quem tem acesso a algumas das centenas, milhares de FINTECHS verifica o clima criativo em que os desenvolvedores trabalham, sem a prisão de horários, de roupas formais, respirando clima de alta criatividade, de responsabilidade e de retorno financeiro! Ali não se exigem formações mirabolantes, nem disciplina com rigor, o que importa são as soluções…E tais Fintechs reclamam pela falta de mão de obra, pois a maior parte das faculdades com formação arcaica e distante da realidade não formam para a competição criativa!
As questões colocadas pelo Clemis Miki nos chamam ao papel de gestores de mudanças , no meio onde vivemos: Como preparar esta geração millenium para entender o mundo corporativo cada vez mais automatizado, competitivo e enxuto? Como sair deste ambiente de desânimo, de buscas de culpados para o desemprego e partirmos para busca de soluções, muitas vezes dentro de nós, do meio onde vivemos?
Quaisquer soluções passam pelo autoconhecimento, pelo nosso desenvolvimento, o que depende de cada um de nós…
E agora? Por onde começar?
Campinas, 11.9.2019
Antonio Carlos Vaz de Lima